Para os fãs de Adélia Prado, a peça é um deleite. Considerada a maior poeta viva da literatura moderna brasileira. Com elegância e sofisticada linguagem, traça um tear misterioso sobre o simples cotidiano e nos devolve o conteúdo dos dias enriquecidos pelo seu olhar. E assim nos traduz.
A montagem faz parte da comemoração de três décadas de Elisa Lucinda em diversas áreas artísticas. Ela é atriz, cantora, dramaturga, diretora e poetisa. Segundo a própria produção do espetáculo, esta montagem pretende revelar uma Adélia que muitas vezes não se mostra logo à primeira olhada, mas está essencialmente presente na sua poesia de carne e de sangue. Por conta do sacro véu que parece cobrir a marca de sua obra, não se vê seu particular e escancarado erotismo, seu desejo e muito menos sua disponibilidade amorosa, seu romance, seu olhar por debaixo da própria saia e das de sua geração.
“Não quero mais ter razão. É muito pesado ter razão.” É dito entre as maravilhas desse texto, lindíssimo e tocante. Como tempo perfeito de 1 hora e 20 minutos, nos inebria e faz sonhar…
Na peça é mostrada a sexualidade de Adélia Prado, que traz dentro dela a religiosa e a pecadora, e Elisa Lucinda dá vida, sob o olhar de Geovana Pires, a música de Carlos Malta, a luz de Djalma Amaral, figurino de Madu Penido, cenário de Bia Junqueira e expressão corporal de Duda Maia.
O número com o músico André Ramos é um marcante momento da montagem, que parece nos acariciar a alma em cada nota tocada.
Sensível, bonita e necessária, enche de beleza nossos olhos e corações. Uma peça apaixonante, como tudo que Adélia escreveu e como tudo que Elisa se propõe a fazer.
Confesso! Não sou fã de Adélia e nem de Lucinda. Mas não tem como não ter vontade de conferir esse espetáculo após ler essa crônica teatral.
Desnudar a alma dos nossos queridos autores de formas diferenciadas,com um novo olhar e apresentando
um cenário aonde poucos pensaram sobre determinadas obras!
Sou fã de Adélia Prado e tbm de Elisa Lucinda… fiquei com desejo de ver a peça depois de ler a crônica teatral… e saber que tem ‘mão e olhar’ da Geovana e cenário de Bia Junqueira num tema de erotismo com linguagem ‘elegante e sofisticada’… para mim é algo instigante!…
muito legal mesmo
Entendo, mas a sua explicação é bem básia sobre o assunto. Precisava de mais detalhes, mesmo assim valeu…